quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
BRASIL - ATUALMENTE
Ao analisarmos a história do corpo na Brasil, influenciada pela medicina social no século XIX, é possível apreender como alguns discursos baseados nas chamadas diferenças naturais, como as que ocorrem entre os sexos feminino e masculino, entre ser gordo e ser magro, servem para justificar como naturais diferenças socialmente construídas. Se, na cultura da Idade Média, corpo e alma não eram dissociados, pois não tinham sentido se pensado de maneira individual, existia dentro de um corpo social, expansivo e aberto, na sociedade contemporânea, o corpo deve ser ágil, belo, jovem e magro. O corpo é agora pautado no individualismo, “contido pela musculatura”, é um “corpo mercadoria”, um “corpo-aparência”, um “corpo-consumidor”, um corpo com função de promoção social que pode trazer um retorno, um corpo que deve expressar saúde. Portanto, tematizar sobre os valores atribuídos ao corpo na atualidade nos remete a compreensão de um universo de significados que se desenrolam no interior da cultura ocidental, sobre os indivíduos e seus corpos, possibilitando entender que acontecimentos tidos como supostamente normais sobre estes não nos é naturalmente dado, estão permeados por valores sociais vigentes e que pode muitas vezes nos escapar.
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